De tudo. De todos. Refugiei-me em
um mundo feito por mim e pra mim. Onde era eu, e apenas eu. Sem ninguém
pra se intrometer na minha vida. Sem ninguém pra fazer parte dela.
Sozinha. E por mais que a solidão me sufocasse, eu conseguia repeli-la.
Dizendo que assim eu estava melhor. Que assim iria ser melhor. Meu
coração estava se curando. E as cicatrizes já não ardiam mais. E, por
estar assim tão distante, não havia como novas feridas serem abertas.
Mesmo que não parecesse o melhor a ser feito, no fundo eu sabia que toda
essa isolação estava fazendo bem a mim. Estava libertando minha alma de
todos os medos. Estava devolvendo a minha essência. O sorriso estava
voltando. Mesmo sem ter motivos, meus lábios se curvavam num sorriso
torto e amarelo. Aos poucos eu estava me reconstruindo. Estava
reerguendo as barreiras em minha volta. Eu sentia falta das pessoas,
admito. Mas até disso eu fiz questão de começar a ocultar. Não ia deixar que sentimentos como a saudade me fizessem fraquejar. Eu precisava pensar em mim em primeiro lugar. Depois de tanto tempo segurando o mundo dos outros enquanto o meu caía, era o mínimo que podia fazer por mim mesma.
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